terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O CLUBE FICA

NO LIMITE MÁXIMO SEMPRE
A partir de hoje 21.12.2010 meu trabalho como Diretor Executivo de Futebol do Esporte Clube 14 de Julho, está encerrado. Comuniquei aos novos gestores e a diretoria os motivos que me levaram a tomar tal atitude, ao qual foi perfeitamente entendido e aceito. Tenho uma história bonita com esse clube como atleta profissional por duas temporadas (1990/1991). Considero-me identificado com a comunidade, com essa fanática e apaixonante torcida e admirador incondicional da instituição. No período em que defendi o leão nos anos 90, fiz muitas amizades em Livramento e fiquei satisfeito em poder rever e conviver com essas pessoas novamente. Aqui fui muito feliz como jogador. Quis o destino que retornasse ao clube nesse ano, agora em outra função, com a missão de planejar e estruturar o futebol profissional, além de auxiliar administrativamente e fazer retornar as atividades com as categorias de base. Acredito que o futebol é o coração de um clube, é o verdadeiro sentido da sua existência e isso está diretamente ligado ao torcedor que freqüenta o estádio nos dias de jogos com um único pensamento: ver seu time do coração vencer. As vitórias os enchem de orgulho e alegria. Iniciam em seus trabalhos nas segundas feiras com sorriso largo, não existem problemas em seus afazeres, pois passam em media 48 horas relembrando os gols, as jogadas, o abraço de quem está ao lado sem nunca ter visto ou conversado. Dificilmente vibro com gols e teve um dia que fui até questionado porque me mantinha frio quando todos se emocionavam após ver a bola beijar a rede do adversário. Respondi que nesse momento mágico que o futebol proporciona, o que mais me emociona é observar amigos se abraçando, casais se beijando, o repórter gritando nome do goleador e perceber por um instante breve que meu trabalho fez a diferença na vida de muitos. Ali é só alegria, o momento que aproximou ricos de pobres, jovens de idosos e todos sendo contagiados pela energia emanada do campo para as arquibancadas. Isso é o futebol.

Eu só tenho a agradecer a receptividade sempre calorosa e sincera que tive por parte dos torcedores, membros da imprensa, as nossas torcidas organizadas, diretores, enfim toda comunidade dessa maravilhosa fronteira que aprendi a amar e sinto-me filho dessa terra. Quero dizer que, enquanto estive no clube procurei dar o meu melhor, sempre trabalhando no limite máximo e talvez isso não tenha sido o suficiente para a grandeza do glorioso leão da fronteira. Mas vou de consciência limpa e tranqüila que fiz tudo que esteve ao meu alcance para que desse certo e quem sabe, um dia retornamos. Abraços aos rubros negros! Onde quer que eu esteja sentirei saudades! Fui muito feliz aqui! Feliz Natal e um ano novo de muita prosperidade!

Julio Batisti – Executivo de Futebol