O jogo de ontem à noite entre Santos x Flamengo, vencido brilhantemente pelo rubro negro carioca deixou claro o poder do coletivo de um time, do verdadeiro trabalho em equipe, da estratégia, inteligência e arrojo de um técnico. As duas equipes com talentos individuais fantásticos, atletas que decidem um campeonato, que superam nossas expectativas, que fazem nossos olhos brilharem numa fração de segundos, mas vou comparar atuação de apenas dois deles.
De um lado Neimar, o menino do Santos, ainda em formação pessoal e profissional, um craque que nos proporcionará muitas alegrias num futuro bem próximo, que do dia para noite tornou-se milionário, que é usado pela indústria, pela mídia, pelo lado comercial e cercado por interesseiros de todos os gêneros. Um garoto vaidoso como todos na sua idade, que adora um espelho e deve achar-se o Brad Pitt brasileiro o que é compreensível. Em alguns momentos rebelde, outros uma criatura doce e amável, que vezes nos passa a impressão que sabe tudo o que fala, ao mesmo tempo em que demonstra certa limitação cultural. Um atleta de alto nível, capaz de fazer pessoas sorrirem e/ou chorarem tanto de felicidade quanto de tristeza, que tem fome do jogo, sede da bola, sabe que possui qualidades raras para fazer toda a diferença, mas precisa entender que tem ao seu lado mais dez companheiros, um comandante na beira do campo e que o futebol é um esporte coletivo e de equipe. Foi protagonista de lances lindos, mas pecou demais pela individualidade, mesmo tendo objetividade na maioria delas. Seu raciocínio está mil anos a frente dos demais membros do time e sabe disso, portanto deve encontrar o equilíbrio e controlar a imaturidade.


Como o futebol não é uma ciência exata, talvez no próximo confronto prevaleça e seja vitoriosa a individualidade, como vemos acontecer muito no mundo todo.
