segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O PRÉ-JULGAMENTO DE MARIO FERNANDES

Um assunto que sempre gera polêmica é quando determinado atleta resolve declinar de uma convocação para a seleção brasileira. Isso já aconteceu no basquete, no vôlei, mas no futebol fica mais explicito pelo apelo popular que esse esporte possui em nosso país. Tenho lido opiniões sobre a decisão do lateral do Grêmio Mario Fernandes, de não se apresentar à seleção e fico pasmo com os pré-julgamentos que fazem, transformando um menino em formação num monstro irresponsável e após emitirem várias críticas, muitas delas venenosas, ficam tentando adivinhar o que estaria acontecendo com ele, sem a mínima preocupação de estarem afetando negativamente, não apenas uma carreira profissional, mas na vida de um ser humano, então vou externar não uma simples opinião, mas uma constatação.
Todos se lembrarão que recentemente, na coletiva de apresentação de um ex-atleta como técnico num grande clube, uma das perguntas foi sobre a sua característica no campo. Será um treinador motivador? Sua resposta foi a seguinte:” jogador de clube grande recebe altos salários, se hospedam nos melhores hotéis, moram em mansões, tem uma vida de príncipe e ainda precisam ser motivados pra jogar? Tudo o que clube proporciona a eles já deve servir de motivação.” Nesse momento tive a certeza que deveria retornar para sua antiga profissão, que não tinha a noção do que é um vestiário, apesar dos anos como jogador profissional e teria tempo muito curto liderando um grupo de atletas, o que acabou se confirmando em seguida. Dou esse exemplo para dizer que todo aquele que deseja trabalhar no futebol, seja como dirigente, fisicultor, agente ou técnico precisa conhecer o atleta de futebol na sua alma e não apenas sua condição técnica. Lidamos em nosso dia-a-dia com um grupo de meninos carentes, nascidos e educados sem sabermos onde e como, todos com problemas iguais aos nossos e não podemos apenas olhar para seus bolsos, imaginar que são super heróis, que são imunes as adversidades e dificuldades que a vida nos apresenta, que não frustram-se, não deprimem-se, não choram, não sentem saudades...... A motivação deve ser parte do trabalho sim, não importa a conta bancaria, assim como um colo, uma palavra amiga, um carinho e também teremos momentos de sermos firmes e às vezes rudes, mas sempre mantendo o respeito ao ser humano antes do atleta, por isso me posiciono aqui sem intenção de defender ninguém e muito menos tentar mostrar equívocos nas opiniões, até porque em nosso meio isso é absolutamente normal, mas pedir um pouco de cautela e ponderação quando está em jogo uma carreira altamente promissora e dizer que, sem sabermos os reais motivos de certas decisões devemos nos manter coniventes e buscar conhecer um pouco mais de psicologia humana. 
Quanto à atitude do Mano Menezes em relação ao ocorrido, tenho absoluta certeza que o Mario Fernandes não será prejudicado, pois se continuar evoluindo e tendo boas atuações ele convoca novamente, mas posso garantir que antes disso acontecer, se reunirá com o jogador, diretoria do Grêmio e com seu agente.  

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

DESPERDICIO DOS EUA E A FOME NO MUNDO

ESTAMOS FAZENDO PELA NOSSA HUMANIDADE?
Após acompanhar as noticias de ontem vou fugir um pouco do assunto principal desse blog para mostrar uma  realidade oposta, triste, decepcionante e vergonhosa. A Nasa anunciu nesta quarta-feira o projeto para desenvolver seu novo foguete de grande porte que permitirá o transporte de cargas, além de enviar o primeiro ser humano a Marte.

Com um custo estimado em US$ 3 bilhões anuais, num total de US$ 18 bilhões até seu vôo de estréia, previsto para 2017, o SLS inicialmente poderá carregar cerca de 70 toneladas de carga útil para o espaço, devendo receber melhorias para alcançar uma capacidade de até 165 toneladas. Isso é mais que as 130 toneladas dos gigantescos foguetes Saturn V.

Leiam o que afirma o tal de Charles Bolden administrador da Nasa: “Este sistema de lançamento criará bons empregos, assegurará a liderança dos EUA no espaço e vai inspirar milhões ao redor do mundo - O presidente Obama nos desafiou a sermos ousados e sonharmos grande, e isso é exatamente o que estamos fazendo. Embora eu tenha orgulho de ter voado nos ônibus espaciais, as crianças de hoje agora podem sonhar que caminharão em Marte um dia.
Gostaria de saber: quantos e quais bons empregos criará? Liderança espacial pra quê? Ao redor do mundo quem vai se inspirar com esse feito? Isso é ser ousado e sonhar grande? Qual a criança que sonha em pisar em Marte?
MUNDO REAL
Na outra parte do mundo a fome mata milhares de pessoas todos os anos. Seres humanos que sonham com um prato de feijão com arroz, um teto, um calçado para pisarem aqui nesse mundo e não em Marte. Esse é o planeta que precisamos explorar. Pra mim isso seria um grande sonho de um governante e de uma nação poderosa que gasta trilhões de dólares com viagens pelo universo sustentando egos e vaidades, com armamentos de guerra prevendo sempre que o pior vai acontecer e geralmente acontece muito mais pelos seus próprios atos. Esse mês faz 10 anos dos ataques terroristas ao World Trade Center e realizaram várias cerimônias homenageando as vítimas. Sabemos também que nada justifica esse ato terrorista brutal, que abalou todo o planeta e não apenas os EUA, mas não aprendem. Não sou contrário ao projeto da Nasa, mas acredito que deveriamos eleger outras prioridades. Também sei que sou apenas mais um externando um sentimento humanitário e um desejo de poder viver o suficiente para ver nações acabarem com a fome e a miséria desses países.      
Por ter chocado alguns leitores exclui a imagem q havia postado, mas segue link para compararmos nossos mundos.

http://www.youtube.com/watch?v=GlH1hbFLVjY


sábado, 10 de setembro de 2011

VAMOS LOUVAR A DEUS!



LETRA
Fico a imaginar o dia,
em que meu nome irá chamar
pra um lugar muito distante
onde nunca haverá
nem fome, nem sede, nem pranto, nunca haverá
nem fome, nem sede, nem pranto, nunca haverá

O cordeiro,
que está no trono
apascentará e me servirá
de Guia para as fontes das águas da vida,
me levará

Meus queridos leitores, espero que esse louvor possa trazer-lhes momentos de reflexão, paz, muita alegria a todos que acessam esse blog e também venha tocar os seus corações com a mesma intensidade que tocou no meu. "Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre" (Salmos 37 - 29).
Não sei qual é o seu problema, nem a intensidade deles, seja  financeiro, de saúde, familiar......, nem sua crença. Eu tenho um DEUS que é poderoso, que jamais nos abandona, que opera milagres e eu sou a prova viva disso, que nos mostra o caminho, que nos ama apesar das nossas imperfeições, que perdoa nossos erros, nossos pecados, que nos molda e nos transforma conforme a sua vontade, que carrega conosco o fardo e nos sustenta nos momentos difíceis.     

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CONTADO PELA 1ª VEZ/ATLETA EDENILSON (CORINTHIANS SP)

UMA DECISÃO, UM SONHO REALIZADO, ASSIM NASCE UMA ESTRELA
E.C. Guarani (clube que orgulhosamente presidi), Venâncio Aires, agosto de 2008, nossa equipe havia acabado sua participação no octogonal final da 2ª divisão na quinta colocação e um convite da FGF para que disputássemos a Copa RS no 2º semestre estava em minhas mãos. Olhava pra trás e me lembrava das dificuldades que enfrentamos para conseguir levar a equipe até aquele momento. Assumimos no mês de janeiro com muitos problemas e me atrevo a dizer que aquele era o pior ano da historia do clube e na verdade estava realizando algo que nunca sonhara antes, nunca pensei em ser diretor, imagine me tornar presidente, até porque vivo futebol profissionalmente e nessa função não há remuneração. Mas o desafio estava ali na minha frente e fui aclamado numa reunião em que alguns diziam: “é louco”, “não terá apoio de ninguém”, existia na cidade até bolsa de apostas para ver quanto tempo duraria nossa gestão, digno de pessoas medíocres, mas por outro lado sabiam da situação caótica do clube e por isso eu entendia essas atitudes. Comigo vieram alguns amigos que jamais esquecerei para formarmos a diretoria e outros que se ofereceram para trabalhar voluntariamente. Com mais de 20 (vinte) ações trabalhistas na sua maioria julgadas a revelia e sem chances de defesa, nos restando apenas aguardar a sentença e tentar negociar com os autores, sem patrocinador, estádio necessitando reformas imediatas, gramado para ser recuperado, nenhum sócio, conselho sem atuação e afastado, torcedor decepcionado pelo rebaixamento de divisão no ano anterior, sem comissão técnica, sem jogadores, sem material esportivo e o pior de tudo, o prefeito da época declarando e posteriormente confirmando a sua negativa de enviar os recursos públicos que todos os anos era um valor já programado girando em torno de R$ 100.000,00 etc. Mas passamos bem por todas essas adversidades e chegamos à fase final e sempre digo que: “se não chegamos onde queríamos (acesso), fomos muito além do que todos imaginavam”.


Mas naquele momento precisava olhar pra frente, mas vendo a rua do lado de fora pensamentos me vinham à cabeça: “se na principal competição não obtivemos o apoio necessário, imagina numa copa deficitária”. Por outro lado olhava para dentro e via os garotos treinando e me perguntava: “se não jogarmos, o que será desses meninos? Qual o seu futuro e das gerações que virão deles? Havia solicitado ao nosso diretor financeiro Cesar Ernsen um relatório contábil e que projetasse os custos da competição. Eu aguardava por ele e quando chegou lembro bem da sua fisionomia e da frase dita a mim: “é inviável, não podemos jogar, é suicídio”. Avaliamos juntos todas as possibilidades, ouvi e analisei atentamente os argumentos de outros diretores e apenas pedi para que eles mostrassem a real situação ao grupo que nos aguardava ansiosamente No caminho entre a sala de reuniões e o vestiário me falou: “qualquer que seja a decisão estarei contigo”demonstrando ser um grande amigo. Entramos, todos sentados, o Cesar inicia sua explanação e eu observo os rostos de cada um deles. Todos escutavam atentamente, mas alguns com olhar na minha direção. Começo a me questionar: “qual o direito que tenho de interferir na vida deles? E se aqui tiver um daqueles diferenciados, e eu sei que tem.”Cabia a mim decidir, mas antes propus um acordo importante entre direção, comissão técnica e atletas ao qual foi aceito por todos, então falei em alto e bom som: “vamos jogar”. Aquele grupo possuía algo diferente, com valor e entre eles o menino Edenilson, carinhosamente chamado pelos companheiros de Meio Quilo por ser magro, mas já estávamos realizando um trabalho específico e individualizado com ele para aumento de peso e massa muscular. Foi num jogo entre Guarani x Juventude pela Copa RS, em Caxias do Sul que dirigentes do Caxias, assistindo ao jogo se interessaram por ele. Na época fui criticado por muitos que achavam uma loucura participar daquela competição, mas eu estava convicto que aquele trabalho daria bons frutos e passados três anos, tudo se confirma.

Hoje no Corinthians, participando sempre da equipe do técnico Tite, Edenilson, o nosso Meio Quilo faz fama, sucesso e certamente se tornará um dos grandes jogadores do futebol brasileiro e que em breve vai alçar vôos maiores. Saber que participamos dessa caminhada, talvez de forma tímida mas presente, me deixa muito feliz e orgulhoso. Lembro de quando ele entrava na minha sala no sábado após o recreativo e pedia passagem de ida para casa porque a volta o pai pagava, das vezes que a diretora me chamava na escola para dizer que não queria saber dos estudos e no outro dia quando eu pensava até em tirá-lo do treino e pedir mais dedicação as aulas observava a maneira feliz que entrava no vestiário, seu relacionamento com os colegas e sua dedicação aos trabalhos e não me dava coragem de puni-lo daquela forma, mas apenas aconselhá-lo.

Meu objetivo não é ser o pai da criança, longe disso, até porque ele dedicou-se muito para estar nesse lugar e fez por merecer, além de que, sua carreira é gerenciada pelo empresário Jorge Machado, um dos profissionais mais respeitados do país e teve participação importante da SER Caxias no seu desenvolvimento, mas o que quero mostrar é o efeito da decisão em cima de uma convicção, baseada no trabalho e não em matemática porque o futebol jamais será uma ciência exata. Posso com autoridade escrever e relatar esse fato porque foi o principal argumento que usei na época para justificar o porquê jogaríamos e quem estava lá se lembrará dos meus pronunciamentos e com postagem nesse blog após sua ida para o Caxias.