segunda-feira, 29 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - CHEGAMOS AO OCTOGONAL

PARTE 13: CHEGAMOS AO OCTOGONAL
Durante o jogo procurei não acompanhar os outros resultados, mas não tinha como isso acontecer, pois por onde andava no estádio alguém gritava me avisando já que muitos torcedores estavam com os radinhos ligados no ouvido. Faltavam dez minutos, para o final, nós vencendo, mas um resultado não nos ajudava que era o empate entre Riograndense x Farroupilha. Derrepente uma vibração no estádio, eu estava nas arquibancadas e os torcedores me abraçando, era o gol do Farroupilha que nos dava a condição de seguir em frente na competição. Não durou muito e mais um grito da torcida, tinha acabado jogo de Pelotas e percebi que alguns atletas nosso já comemoravam dentro de campo, mas aqui ainda precisávamos confirmar a vitória. Jogo já nos acréscimos comecei agradecer a todos que encontrava e me desloquei até as cadeiras numeradas porque lá estavam alguns amigos que precisava abraçar e dizer o quanto estava grato a eles que sempre acreditaram e nunca abandonaram o clube. Juiz apita final do jogo, torcedores felizes mais uma vez, time todo vibrando no campo, mais um momento mágico. Chamaram-me no vestiário e chegando lá o Maza veio ao meu encontro e nos abraçamos e em seguida os atletas estavam todos juntos conosco. MAIS UMA META ATINGIDA.
Foto 01: Felipe marca o gol que nos daria a vitória. Cirilo, Cadú, Japa e Beto comemoram;
Foto o2: Caçapava, Afonso e Alexandre vibram classificação;
Foto 03: Mazaropi eufórico;
Foto 04: Maza, Chico, Alex Klafke se abraçam e ao fundo o Dr Fernando Kaufmann.

Fotos: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate)

PENSANDO O FUTURO - RUMO AO OCTOGONAL

PARTE 12: RUMO AO OCTOGONAL
Foi uma das maiores emoções já vividas no estádio Edmundo Feix. Dia 15/06/2008, domingo, último jogo da segunda fase, jogávamos em Venâncio contra o Pelotas precisando da vitória e torcer que outros resultados nos favorecesse. Três equipes disputavam duas vagas e a única que não dependia apenas das suas forças era a nossa, pois tínhamos que torcer pela derrota do Riograndense de Santa Maria ou do Avenida de Santa Cruz. Falei para a comissão técnica que gostaria de conversar com o grupo quinze minutos antes da palestra do Mazaropi. No horário marcado nos dirigimos todos ao vestiário e tivemos um papo que jamais esquecerei. Agradeci o esforço que todos tiveram até aquele momento, passando por situações que talvez jamais encontrem no futuro, mas que certamente serviram para o crescimento pessoal e profissional de cada um deles, fortalecêndo a todos para novos desafios. Ali se tornaram guerreiros leais a uma causa que estava acima de qualquer valor financeiro que o clube pudesse lhes proporcionar. Pedi que controlassem a ansiedade e até mesmo a curiosidade em saber sobre os outros jogos e se concentrassem apenas no nosso, respeitando o torcedor que estaria presente, jogando com garra e principalmente com alegria. Deixei claro que independente do resultado final daquele domingo, nossa missão estava completa, pois mostramos que é possível fazer mais com menos e acreditar em algo que não era palpável, mas com amizade, comprometimento, dedicação, foco voltado sempre ao objetivo final, poderíamos materializar tudo que nos propomos desde o inicio do trabalho. Particularmente não acredito em time bom, mas em grupo forte, leal e totalmente comprometido e isso nós conseguimos mostrar para aqueles atletas que estavam ali conosco pensando e andando juntos pelo mesmo caminho. É claro que queríamos muito aquela classificação, mas precisava passar essa tranqüilidade a eles. Imaginem todo grupo de jogadores sentados a minha frente com a comissão técnica ao meu lado de pé, derrepente um deles me olha e fala: “PRESIDENTE, FICA FRIO, ESTAMOS CONTIGO E VAMOS CONTINUAR POR MAIS ALGUM TEMPO JUNTOS PORQUE NÓS VAMOS PASSAR POR MAIS ESSA” e todo grupo veio me abraçar. Ao fundo tocava a música que adotamos no primeiro jogo “Nunca deixe de sonhar” do grupo KLB que traduzia o momento nosso e do clube.
Foto 01: Japa passando por dois adversarios;
Foto 02: Caçapava observado por Edimar.
Fotos: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate)

sábado, 27 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - FISIOLOGIA

FISIOLOGIA (Dr. Arthur Guzzo).
Dando suporte à atividade física, em especial ao desporto futebol, a fisiologia do exercício assumiu nas duas últimas décadas do século XX, um grande aspecto de importância. Resultados precisos e a evolução dos profissionais da área fazem com que essa disciplina tenha além de status, um grau de eficiência e eficácia considerável para os componentes da comissão técnica e por tabela do atleta. Programação de treinos, periodização das atividades e outras vertentes do treinamento, são calcadas com bases de informações e influências fisiológicas. Hoje em dia, clubes que tem em seu corpo técnico, profissionais compromissados com a coerência e cientificidade, analisam até as escalações, já que as análises fornecidas pelos fisiologistas são decisivas para determinar o nível de desgaste dos jogadores e mostrar quais precisam se recuperar mais ou até jogar mais. Portanto, através dos dados apresentados pelos fisiologistas, a manutenção e elevação dos pontos positivos dos atletas, além de ações direcionadas à correção das imperfeições, são possíveis de serem trabalhados de maneira mais próxima da correta possível pelos preparadores físicos e treinadores. Além de se tornar mais eficiente é a dosagem de volume e intensidade de esforço em treinos e jogos. Abaixo: Dr Arthur (Estádio La Bombonera) Argentina.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - SEGUNDA FASE

PARTE 11: SEGUNDA FASE
Sentamos com a comissão técnica para planejar mais esse desafio que viveríamos e a melhor maneira de encontrar um novo caminho é saber exatamente como foi à passagem pelo anterior. Fizemos então uma retrospectiva desde o inicio dos trabalhos e descobrimos algumas falhas que teríamos que evitar futuramente. Nossa equipe tinha garra, comprometimento, qualidade, disciplina, lealdade, mas era jovem, inexperiente e imatura e essas dificuldades poderiam ser determinantes para as nossas pretensões na competição. Precisávamos contratar alguns jogadores maduros com currículo vencedor, mas tínhamos um grupo muito fechado, que se ajudava, que era leal um ao outro e teríamos que ser muito habilidosos na condução desse trabalho, correndo inclusive o risco de por tudo a perder, mas o que não se pode fazer é errar pela omissão. Outro ponto a ser levado em conta era a situação financeira, pois estávamos decididos a reforçar o time, mas teria que ser dentro dos padrões salariais que todos estavam enquadrados, para evitar dúvidas sobre a lealdade que nossa diretoria tinha com todos, mas principalmente porque existia um teto e não poderíamos passar dele. Reforçamos com o zagueiro Cirilo, o lateral e meia esquerdo Kiko, lateral direito e volante Polaco, os volantes Cadú identificado com o clube e o Beto natural de V. Aires. Também pensando no projeto de longo prazo buscamos um fisiologista para montar esse novo departamento no clube, que nos dias de hoje é fundamental para a eficácia de todo o trabalho. O Dr. Arthur Guzzo Fraccanabbia havia trabalhado em vários clubes, entre eles o Boca Juniors da Argentina e quando falou conosco topou o desafio e veio fazer parte da nossa equipe. Estávamos pensando e trabalhando para que num futuro próximo o Guarani tivesse alguns diferenciais perante os outros clubes, colocando a tecnologia para trabalhar a nosso favor. Abaixo: Dr Athur (fisiologista).

A atuação do fisiologista no futebol deve ter seu trabalho associado ao Departamento de Futebol/ Comissão Técnica: treinadores, auxiliares, preparadores físicos e preparadores de goleiros. Departamento Médico: de Fisioterapia, Nutrição e Psicologia. A Integração total com o preparador físico é fundamental. Assim, atualmente o Departamento de Fisiologia do Esporte (Futebol) tem como funções específicas: O planejamento do sistema de avaliação fisiológica: rotinas, testes, especificidades por categorias; O acompanhamento transversal e longitudinal dos efeitos e adaptações funcionais em decorrência do treinamento; A investigação, detecção e reflexão sobre os aspectos relacionados à assimilação das cargas físicas e seus efeitos; A detecção de situações isoladas de overtraining (supertreinamento e desgaste excessivo), através de avaliações de desempenho e bioquímicas; O acompanhamento das cargas de trabalho e desgaste físico durante jogos e treinamentos, fornecendo ao preparador físico, mais subsídios para o acompanhamento do processo recuperativo e evolutivo.

PENSANDO O FUTURO - A CLASSIFICAÇÃO

PARTE 10: A CLASSIFICAÇÃO
Nosso primeiro objetivo dentro da competição havia sido conquistado. Passar para a segunda fase em cima de todas as dificuldades que estávamos vivendo já era um lucro imenso para o clube, mas no futebol tudo que se fez anteriormente só terá valor se continuar prosseguindo em frente, fazendo os resultados aparecerem e o próximo passo seria visualizar o octogonal final. Reunimos o grupo dois dias após a classificação e percebemos nos olhos daqueles atletas que conseguiríamos mais esse feito. Tivemos nesse primeiro momento que passar por cima de muitas situações inusitadas que atrapalharam muito nosso trabalho. Uma delas foi o tempo que tivemos para montar o grupo, pois o clube não tinha nenhum atleta vinculado e precisamos iniciar tudo da estaca zero, definir a equipe base e depois treinar essa equipe deixando-a pronta para a estréia que seria em menos de duas semanas. Depois foi a negativa do prefeito em auxiliar o clube no seu pior momento e que mais necessitava desse apoio, pois não estávamos solicitando nenhum valor a mais daquele que anualmente era disponibilizado ao Guarani, pelo contrário, nosso pedido foi bem abaixo porque entendemos que um clube de futebol profissional deve ter vida própria e não ficar dependendo do Poder Público para tudo e a vida toda, pois sabemos que existem necessidades básicas que o município deve atender e muitas vezes os recursos nao são suficientes, mas isso é um processo que deve ter seu inicio embasado num planejamento de médio e longo prazo e não era esse o momento de dizer não a instituição. Estávamos iniciando um projeto novo, diferente, que no seu primeiro ano passaria por grandes dificuldades financeiras, mas tínhamos a certeza que no próximo haveria uma evolução. As coisas no futebol não acontecem quando queremos, é preciso ter a convicção do caminho que se esta seguindo e se preparar para quando as oportunidades aparecerem estar pronto para agarrá-la. PRIMEIRA META CONQUISTADA. Acima: Japa e Afonso. Abaixo: Time de estréia.

Fotos: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - AMADOR


Equipes de 93/94 Foto: Fernando Becker (RBS)

PARTE 09: AMADOR
Esse departamento já realizou grandes trabalhos no Esporte Clube Guarani, sendo responsável pela formação de vários atletas de destaque nacional e internacional. Lembro muito bem do ano de 1990 quando o Presidente era o Dr. Celso Artus e naquela época já se tinha a visão de que o clube só sobreviveria no futuro formando atletas em casa. Foi um belo inicio e os bons resultados começaram a aparecer após 1992 quando formaram uma diretoria que cuidava exclusivamente das categorias de base. Os diretores eram o Dr. Jorge Nazário, Hilário Breunig e o Paulo Battisti (Pauleta) e ali surgiu o profissional Mano Menezes que hoje está entre os melhores técnicos do país. Tenho orgulho de escrever sobre essa época porque fiz parte desse trabalho como auxiliar do Mano no ano de 1993 e foi nesse período que começou a surgir atletas de destaque e que renderiam altos valores aos cofres do clube. Foram quatro anos de trabalho desse grupo (92, 93,94 e 95) que possuía orçamento próprio e foi esse o diferencial administrativo e responsável em grande parte pelos resultados obtidos. A próxima diretoria muito bem organizada do amador e que também pautou todo planejamento em cima de um orçamento próprio e criado para investimentos nas categorias de base veio no ano de 1997, se estendeu até 1999 e era liderada pelo diretor Elton Etges que montou uma equipe de trabalho atuante e que também foi responsável por descobrir algumas pédras preciosas, entre elas o técnico da equipe de juniores Chicão que iniciava sua carreira profissional. Uma das mais importantes descobertas foi sem dúvida do atacante Baré que até os dias de hoje rende valores importantes ao clube. Ele atuava pela equipe de juvenis que era treinada inicialmente pelo Oscar Schwingel (Bofa) que o descobriu e posteriormente assumiria o Oneide Dallafavera que realizaria o trabalho final de lapidar e formar o atleta. Essas duas diretorias tinham algo em comum. Buscavam seus próprios recursos separando bem o amador do profissional evitando qualquer tipo de interferência ao trabalho.

1ª foto: Elton, Kinho, técnico juvenil Bofa, Cabelo e Sidênio.
2ª foto: Atleta Baré.
3ª foto: Equipe de juniores do técnico Chicão.


Foto: Elton Etges


Para que fique bem entendido é preciso dar uma volta no tempo. Lembro do ano de 1986 quando fui jogar nos juniores do Internacional de Santa Maria, pois foi o período em que mais se descobriu bons jogadores para o clube, entre eles: João de Deus, Sandro Gomes, Sandro Corrêa, Faller, Éder Luiz, Tigre, Rogerinho, Índio, Luiz Paulo, Jaime. Talvez esteja esquecendo de alguém, pois foram muitos, mas os que citei fizeram história no futebol. Lá existia um grupo que cuidava do amador com recursos próprios. Um ano antes em 1985 foi campeão gaúcho da categoria Junior a equipe do Brasil de Pelotas que atingiu esse resultado graças a uma diretoria que buscava patrocínios apenas para a base. Alguns atletas formados pelo clube e que viriam futuramente se destacar no futebol gaúcho foram: Dias, Jair, Gilvan, Marco Aurélio, Renatinho, Álvaro, Jéferson, entre outros. Aqueles que acompanhavam futebol nos anos 80, vão lembrar desses nomes e que alguns de ambos os clubes tiveram destaque internacional.

Faço essa analogia para mostrar que no futebol não existe segredos nem mistérios. Tudo o que se precisa fazer é copiar, sem querer inventar, sem querer ser diferente, sem querer ser o melhor ou o salvador da pátria. No futebol as coisas acontecem rápido e a legislação desportiva se tornou cruel com aqueles que tem dificuldade em evoluir, aprender e entender queesse esporte a muito tempo virou negócio e não tem mais lugar para amadores, para apaixonados. Nos clubes grandes a sustentação financeira das categorias de base vem de um percentual do orçamento anual que é destinado para essa finalidade, mas nos clubes pequenos a saída além da profissionalização dos dirigentes que comentaremos mais na frente, ainda é separar os recursos. Profissional e amador atuando juntos, em plena sintonia, mas cada um gerando seu próprio recurso e desenvolvendo seu trabalho. Ainda é preciso da paixão, até porque estamos falando de um esporte que é movido por ela, mas apenas isso não resolve a vida dos clubes a muito tempo.

DECISÃO DIFICIL
Em 2008 montamos uma equipe para cuidar do departamento amador, pois acreditávamos que aquele era o momento ideal de realizar novamente um trabalho planejado, organizado e arrojado na base. Iniciamos a categoria junior pensando na possibilidade de formarmos também o juvenil. Os recursos financeiros estavam limitados e nossa posição sempre foi à mesma desde o inicio da nossa gestão. A prioridade seria a equipe profissional e paralelamente através de um grupo de dirigentes responsáveis pelo departamento amador seriam gerados os próprios recursos para se desenvolver o trabalho com as categorias de base. As idéias e vontades eram ótimas, mas existe uma distância longa entre desejar e ser possível. Em muitas ocasiões buscamos os exemplos que deram certo no passado e gostaríamos que essas lições fossem seguidas, não por vontade própria, mas pela necessidade e por acreditar que aqueles métodos eram os mais eficientes e o único caminho a ser seguido. Meu coração ficou despedaçado quando tivemos que decidir fechar o departamento amador em função da falta de dinheiro para prosseguir com o trabalho. Ter que demitir uma comissão técnica que esta buscando seu espaço e tirar a possibilidade de um garoto tornar-se alguém importante e com futuro brilhante nos gramados me deixava chateado, mas tínhamos que fazer de tudo para não comprometer todo projeto do time profissional que é a razão principal do clube existir. Sabíamos que esses jovens atletas um dia se casariam, teriam filhos e nós certamente estávamos influenciando na vida de varias gerações futuras, mas fizemos aquilo que precisava ser feito. Essa foi a decisão mais difícil que tomamos no ano.

domingo, 21 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - OS CAMPEÕES

PARTE 08: OS CAMPEÕES
O sucesso de qualquer projeto depende principalmente da competência e comprometimento total das pessoas que se dispõe a realizá-lo e nosso caso não era diferente. No departamento jurídico contávamos com o advogado Rubiney Lenz, que assumiu as ações trabalhistas do clube e esteve sempre atento aos prazos e datas das audiências sem deixar nada passar sem que fosse bem resolvido. Até processo sem possibilidade de defesa, pois, havia sido julgado a revelia ele tentou reverter, mas infelizmente não tinha mais o que fazer. Alias gerar o processo, até da para entender pelas dificuldades financeiras dos clubes, mas não preparar uma defesa e comparecer as audiências, isso já é uma irresponsabilidade e incompetência muito grande, mas indignação à parte, tratamos de pensar no futuro sem tirar essas tristes lições do passado. Para defender os interesses do clube junto a Federação Gaúcha de Futebol contávamos com o auxilio do advogado João Gabriel (ex-goleiro do E.C. Internacional) que conseguiu sucesso absoluto nos casos com possibilidade de defesa.

No departamento financeiro o responsável foi o economista César Ernsen (atual secretário da fazenda do município) que iniciou algumas inovações no clube, principalmente na sua transparência, publicando o balanço mensal na imprensa local para que todos soubessem onde estavam sendo aplicados os recursos e desenvolvendo controle mais rígido das contas. Em nosso planejamento existiam todas as fontes possíveis e entre elas estava o auxilio do Poder Público que historicamente envia um determinado valor ao clube, mas que nesse ano exclusivamente nos foi negado. No fechamento anual foi exatamente o valor do déficit. Mas o importante foi à evolução desse setor, agora inovado e transparente. Nesse setor também recebemos ajuda com aconselhamentos e sugestões do Giovane Wickert (atual vice-prefeito e secretário de planejamento do municipio) e que fazia parte da nossa diretoria. Abaixo Cesar Ernsen (Vice-Presidente Financeiro).

Foto: Rui Borgamann (Jornal Folha do Mate)

PENSANDO O FUTURO - DIRETORIA FOCADA

PARTE 07: DIRETORIA FOCADA
Eram raras as pessoas que acreditavam que nosso time pudesse passar à 2ª fase da competição e que a diretoria tivesse a competência necessária para administrar o clube. Existia até uma bolsa de apostas na cidade em que uns diziam que não agüentaríamos 1 mês, outros apostando em 2/3 e por ai a fora. Eu particularmente acho que esse tipo de atitude só pode vir de pessoas mesquinhas, medíocres e sem nenhuma visão, mas isso para nós não teve a menor importância, pois sabíamos que estávamos no caminho certo e nada iria nos afastar dele. Nossa diretoria acompanhando de perto o departamento de futebol, que estava realizando um belo trabalho e querendo que os bons resultados acontecessem, mas trabalhando muito pela reestruturação e recuperação da instituição porque independente das vitórias ou derrotas no campo de jogo continuaria chegar intimações da justiça e teríamos que defender o clube, as cobranças diárias de fornecedores também se transformaram num hábito e precisávamos acertar ou negociar algumas delas, as dependências do estádio precisavam de reformas urgentes, principalmente as salas de reuniões que também necessitavam de móveis novos para termos um local apto e digno de receber empresários, patrocinadores, repórteres, associados, torcedores, visitantes etc. Esse era o foco do grupo diretivo, que estava realmente disposto a pagar o preço que fosse necessário para fazer do Guarani um clube viável.

PENSANDO O FUTURO - VESTIÁRIO BLINDADO

PARTE 06: VESTIÁRIO BLINDADO
Nenhum diretor no vestiário em dias de jogos, nem para ouvir a palestra do técnico, nem para visitas, nem para abraçar e elogiar, emitir opinião e muito menos criticar. Essa foi a palavra de ordem desde o inicio do trabalho. O vestiário é um local sagrado, deles (jogadores e comissão técnica) e deve ser respeitado. Ao longo do ano nunca fizemos nenhuma declaração pública sobre resultados, sobre atuações ruins, sobre escalações da equipe, muito pelo contrário, nossa postura foi sempre de elogiar em público e resolver os problemas que por ventura acontecessem dentro do clube, numa sala fechada. Nosso grupo era jovem e para conseguirmos fazer com que cada um deles desse o melhor que podiam era preciso confiar e acreditar verdadeiramente no potencial, na competência e no comportamento de cada um deles. Fui criticado por um ex-dirigente do clube certo dia por essa maneira de ver futebol. Disse que se eu não cobrasse do técnico, se não exigisse mais e ficasse em cima deles direto, perderia o comando. Olhei para ele e mostrei a diferença de comandar e interferir. Interferência é a palavra mais desagregadora, mais traiçoeira e a mais perversa que pode existir dentro de um clube de futebol. Quando se tenta interferir onde não se deve te olham com desconfiança e desprezo além de não darem a minima importância e isso é tudo que um dirigente comum faz. Comando é respeitar o espaço de cada um, mostrar que é necessário ter carinho uns pelos outros, separando bem quem exerce determinadas funções de liderança e quem são os liderados, quem faz o trabalho e quem da às condições para que seja feito. Não se perde comando quando existe confiança mutua, quando existe a certeza de ter acertado na contratação daquelas pessoas que serão as maiores responsáveis pelo sucesso do projeto. Nossa diretoria conseguiu proteger um grupo que se portou maravilhosamente bem enquanto estiveram conosco e se não fosse dessa forma com toda certeza nenhum deles passaria por cima das dificuldades que se apresentaram ao longo do ano e que foram muitas, mas com respeito, amizade e confiança de todos, elas foram superadas. Um time deve ser valorizado, admirado, elogiado e até questionado, mas principalmente de ser BLINDADO.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - A ESTRÉIA

PARTE 05: A ESTRÉIA
Após trinta dias de exaustiva preparação da equipe, chegara o dia de estrearmos na competição. Nosso primeiro jogo seria contra o Cachoeira F.C. em casa e pairava no ar certa ansiedade, com alguma curiosidade e até certa desconfiança por parte dos torcedores que precisavam ver o time em campo e ganhando seus jogos para acreditarem que o projeto estabelecido poderia dar certo. Nós, da diretoria estávamos confiantes numa vitória e passamos praticamente o dia inteiro no estádio com os jogadores e a comissão técnica, fazendo com que o foco de todos estivesse no compromisso da noite, que poderia ser o divisor de águas dentro do clube. Acreditávamos que um bom resultado representaria mais apoio financeiro, maior presença de torcedores e dirigentes, mas principalmente, geraria uma energia boa em torno do trabalho que estava sendo realizado. Portões abertos e tudo preparado, as pessoas começam a chegar e apesar de estarmos aguardando um bom número de espectadores, fomos surpreendidos quando olhamos para as arquibancadas e estavam praticamente lotadas. Mais um objetivo conquistado (trazer de volta o torcedor). Agora necessitávamos da vitória e imaginávamos que seria um jogo muito difícil, como realmente foi. Parecia que o placar não seria aberto, mas nossos atletas atuavam com raça e vontade, merecendo melhor sorte. De repente o Maza chama do banco o Aléx Amado, um baixinho de 1, 66 mt e coloca no jogo. Aquele loirinho entra e incendeia todo estádio com suas jogadas individuais e abusadas, encantando a todos, até quê, aos 48 minutos, jogo finalizando, ele entra na área grande pelo lado esquerdo, driblando quem aparecia pela frente e chuta forte, cruzado e no alto. Golaaaaaaaaço, torcida vibrando, pessoas se abraçando, sorrindo, uma alegria à muito tempo não presenciada no Edmundo Feix. A vibração dos garotos junto com a comissão técnica e dirigentes era contagiante. Estava anunciado como seria o ano do Guarani. Confira esse momento mágico na foto abaixo, se emocione, vibre novamente, imagine qual futuro você gostaria para esse clube, o que deseja de verdade, sinta a falta que faz em nossas vidas aquele domingo ensolarado ou aquela quarta-feira gelada e nós torcendo e as vezes até corneteando nosso Rubro Negro, chamando técnico de burro, jogador de perna de pau, mas firmes, fortes e mantendo a chama acesa e a esperança renovada, sempre ao lado de nossos melhores amigos, vários deles com lugar cativo, ou nas sociais, nas cadeiras numeradas, uns sentados e outros de pé, a turma da copa, os que ficam atrás do gol ao lado da torcida tribo e aqueles da arquibancada. Frase do repórter Rui Borgamann (Jornal Folha do Mate): "TAMBÉM ME EMOCIONEI E ME ARREPIEI NAQUELA NOITE, POIS ACOMPANHEI TODO SOFRIMENTO PARA CHEGAR O DIA DA ESTRÉIA". O Rui viu de perto essa invasão toda e presenciou o Delmar (camisa branca), entrar no campo para abraçar o Aléx com um cigarrinho faiscando pra todos os lados. Terminado jogo, perceberam as queimaduras pelos braços sem entenderem nada. Abaixo comemoração do gol.

Foto: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate)

terça-feira, 16 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - A MONTAGEM DA EQUIPE

PARTE 04: A MONTAGEM DA EQUIPE
Após prepararmos o clube para receber os atletas e formada a comissão técnica partimos para a montagem da equipe que disputaria o campeonato gaúcho da 2ª divisão de profissionais de 2008. Como os recursos financeiros para contratar estavam limitados iniciamos pela observação de alguns jogadores que atuavam por equipes amadoras do município e da região. Procuramos oportunizar atletas jovens, que desejavam verdadeiramente crescer no futebol e estavam em busca de uma chance real num bom clube de futebol como é o caso do Guarani. Após duas semanas de treinamentos começamos a definir os contratados e o resultado desse trabalho superou as nossas expectativas, pois, encontramos muita qualidade nos selecionados, que iniciaram em seguida, atividade especial de preparação física, com o professor Fauth, pois iniciaríamos em breve uma competição longa e desgastante e todos precisavam estar muito bem condicionados. Também buscamos alguns atletas mais experientes para, junto com os mais jovens tentar levar o clube as finais da competição. Importante ressaltar que no ano anterior o clube havia disputado campeonato regional amador e foi sob muitas criticas que alguns dirigentes como o Claudiomar da Silva, o Delmar Doring, juntamente com o técnico Chicão persistiram na idéia de jogar o ano todo e desse trabalho resultou na descoberta de jogadores importantes para a campanha vitoriosa que estávamos prestes a realizar. Estava montada a equipe.Foto: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate).

ATLETAS SELECIONADOS:
Alex Amado – atacante
Edimar – meio-campo
Matheus – goleiro
Alan Delon – zagueiro
Nildo – lateral direito
Edenilson – atacante
Dudú – meia-esquerda
Grégori – lateral-esquerdo
Felipe – zagueiro
Caio – zagueiro
Roger - atacante
Baiano - goleiro
Daniel - atacante
Eduardo - zagueiro
Colares - atacante
ATLETAS CONTRATADOS:
Japa - atacante
Edivaldo - atacante
Nelson - volante
Adão - lateral direito
Carlinhos - volante
Hugo - zagueiro
Rodrigo - goleiro
Diego Gaúcho - meio campo
ATLETAS FORMADOS EM 2007
Afonso – lateral esquerdo
Gabirú – meio campo
Alexandre – volante
Rodrigão – zagueiro
Chocolate - meio campo

PENSANDO O FUTURO - PREPARANDO O CLUBE

Foto: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate) - Mazaropi e Delmar Doring

PARTE 03: PREPARANDO O CLUBE
Paralelamente estava sendo executado pelo diretor Delmar Doring um trabalho importantíssimo para o clube e para as nossas pretensões futuras que era deixar tudo preparado para a chegada dos atletas e membros da comissão técnica. Ele foi um verdadeiro leão, pois estávamos contra o tempo e no dia marcado para apresentação estava tudo na mais perfeita ordem. Vestiários, concentração apta para abrigar 25 atletas, cozinha equipada, salas de reuniões organizadas, tudo brilhando de limpo e cheirando a vitória, gramado todo cortado e marcado, aliás, sobre a marcação do campo muitas pessoas não sabem por que foi aumentado meio metro de cada lado nas laterais e vou explicar agora. Estávamos eu e o Delmar no circulo central falando sobre as características e o perfil dos atletas que estavam sendo contratados e percebemos que seria um time jovem e muito rápido, então nesse momento ele me disse: “VAMOS TER QUE LEVAR O ADVERSÁRIO PARA OS CANTOS, ENTÃO VOU AUMENTAR O CAMPO PORQUE QUALIDADE E VELOCIDADE COM ESPAÇO NINGUÉM SEGURA ESSA GURIZADA”. Foi por esse motivo que alargamos a marcação e que prejudicou um pouco a visão de quem assistia aos jogos das sociais, mas obtivemos várias vitórias por esse fator. Também a visão externa e interna do estádio estava muito bonita, tudo pintado com muito capricho (muros, arquibancadas, sede social, banheiros, goleiras) e vai aqui um agradecimento especial a um conselheiro que doou toda a tinta para que se chegasse nesse resultado, o empresário Claudiomar da Silva que além de fazer a doação acompanhava o trabalho diariamente. Agora o clube estava pronto e preparado para receber todos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - O FISICULTOR

PARTE 02: O FISICULTOR
O passo seguinte seria completar a comissão técnica e como já tínhamos acertado com o treinador de goleiros Chico, que trabalhara anteriormente com o Mazaropi e era da sua total confiança, focamos esforços na contratação do preparador físico. Já estávamos em conversações com o professor Adilson Fauth, mas por questão ética não evoluimos a negociação sem antes definirmos quem seria o técnico. O Maza ficou muito satisfeito quando comentei da possibilidade em trabalhar com o Adilson, pois conhecia seu histórico vencedor e sua maneira profissional de conduzir um grupo de jogadores. Por se tratar de um profissional valorizado, competente, bem conceituado e um grande conhecedor do futebol gaúcho, sabíamos que naquele momento não poderíamos fazer uma oferta salarial nos padrões habituais de outros clubes, então mostramos à ele que nosso planejamento seria de médio a longo prazo e o objetivo em 2008 seria de recuperação e reestruturação do clube, para obtermos capacidade de investimento maior para o próximo ano, valorizando os profissionais e visualizando algo diferenciado em 2009. Aceitou o desafio dizendo que seria um orgulho trabalhar no Guarani e nesse projeto mais longo que é tudo que um profissional busca. Estava montado comando da equipe.

sábado, 13 de junho de 2009

PENSANDO O FUTURO - O TÉCNICO

Olá amigos, vou iniciar meu blog mostrando algumas situações vividas na administração do Esporte Clube Guarani no ano de 2008. Experiencias marcantes, divertidas, polêmicas e algumas bem conturbadas.


PARTE 01: O TÉCNICO
Janeiro de 2008:
assumíamos a Presidência do Esporte Clube Guarani de Venâncio Aires por um período de dois anos(2008/2009), tendo pela frente o momento de maior dificuldade vivido pelo clube em toda sua história. Ao longo dos seus 79 anos, sendo que, 20 deles como um clube profissional nunca se ouviu falar de uma situação tão dificil, de abandono e afastamento dos dirigentes e torcedores. O que se pintava era o fechamento. Mas naquele momento não podíamos olhar para trás e para os problemas, mas sim para o futuro, projetando a instituição para viver um novo período nos próximos anos, principalmente na sua administração, profissionalizando todos os departamentos, focando as forças no futebol que é o coração de um clube. Sabíamos exatamente o caminho a seguir e o 1º passo iniciaria pela contratação do técnico. Teríamos que acertar em cheio nesse profissional e todos os dias nos apresentavam uma lista dos mais variados nomes, sendo que nenhum deles enquadrava-se nas características e qualidades exigidas no perfil estudado e proposto por nossa diretoria para assumir o comando da equipe naquele momento. Foi então que entramos em contato com o Sr. Geraldo Pereira de Matos Filho (MAZAROPI), que ja estivera nos visitando para conhecer a cidade e o clube. Aqui chegando, fizemos uma reunião rápida para definirmos alguns detalhes importantes tais como: montagem da equipe, perfil dos atletas, planejamento da competição, salários, entre outras coisas. Lembro exatamente da minha 1ª frase à ele: "VOU ABRIR MEU CORAÇÃO PRA VOCÊ MAZA". Depois passei a colocar a verdadeira situação do clube sem esconder nada e como estávamos visualizando os anos que viriam pela frente, desenvolvendo um planejamento de médio e longo prazo que entendo ser a única forma de se gerar consistência e vida longa à um clube profissional. Ele me olhou firme, com energia e sinceridade nos olhos e sem pensar duas vezes me disse: ''ESTOU DENTRO PRESIDENTE". Tive a certeza de termos acertado na escolha e assim iniciamos o trabalho.

Foto: Rui Borgmann (Jornal Folha do Mate) V.Aires
Mazaropi e Julio Batisti